Vaguei
muita vez pelo céu das quimeras. Olhos fitos nas palavras-estrelas, em êxtase,
as tomava para mim. Com elas enfeitava meu peito e meu colo. Saía então a
exibi-las feito troféus, oferendas a quem ousou ver estrelas e traduzi-las em
versos. Ao fim do que, sempre com um sorriso n'alma, apeava do feixe de luz. Em
seguida, garbosa (porém, humilde, pés no chão), compartilhava o poema.
Ao me tornar mãe e educadora - cidadã brasileira num sentido restrito,
cidadã do mundo num sentido amplo -, minha pena (alongamento de mim) deslizou
até o final da linha me levando a um lugar chamado "Prosa". Passei a ir e vir
da poesia à prosa num jorro de ideias cadenciadas. Um jorro em que cabiam muitas
vírgulas, reticências e pontos. E, nesse lugar, plena de questionamentos, me
senti confortável.