O poder marítimo de
cada Estado tem sido objeto de estudo para geopolíticos, estudantes de Relações
Internacionais e estudiosos da guerra. Durante a Segunda Grande Guerra, atos de
sabotagem cometidos a bordo de plataformas petrolíferas foram usados como
estratégia para enfraquecer o oponente. Tal feito foi novamente usado na Guerra
do Golfo, em 1991, por Saddam Hussein. O objetivo geral deste estudo foi analisar
como seria a capacidade brasileira sob a perspectiva da segurança energética na
hipótese de decretação do Sistema Nacional de Mobilização, com foco nos ativos humanos
embarcados em plataformas de petróleo e embarcações. A metodologia foi multifacetada
na elaboração da pesquisa de campo, a partir do método de procedimento histórico
com a Batalha dos Marus, e os marinheiros mercantes em atos de sabotagem foram
o ponto de partida e base para o método estrutural, que usou fatos ocorridos em
guerras anteriores em um modelo abstrato, supondo que o fenômeno tivesse
ocorrido no Brasil no período de 2007 até o ano de 2021, no espaço geográfico
das águas jurisdicionais brasileiras, e fosse decretado o Sistema Nacional de
Mobilização. Por essa perspectiva, e analisando as guerras anteriores cuja
fraqueza foi a vulnerabilidade da frota mercante, esta pesquisa tem o propósito
de mostrar a vulnerabilidade brasileira caso um Estado oponente ao Brasil
utilizasse dos ativos humanos embarcados em atos de sabotagem, e o País não
tivesse capacidade de mobilizar esses ativos para garantir a segurança
energética mantida pelo pessoal de Marinha Mercante. O grande limitador da pesquisa
foi o fato de o pessoal de Marinha Mercante ser objeto recôndito da administração
pública brasileira.