Um
cara é atropelado por um caminhão e fica jogado dias à beira de uma
estrada, pedindo ajuda a qualquer um. Como não aparecesse sequer uma
viva alma para lhe oferecer auxílio, ele grita com toda a força dos seus
pulmões: "Ei, louco anjo de fumaça! Pare aí o teu carro e me dê uma
carona até o Mundo do Incenso Colorido, onde sorrir é preciso e a
juventude se dá bem! Pois lá, não se pagam impostos... lá, não existem
conflitos... lá, não se ferem os ouvidos com as bombas do Vietnã! Pois
tudo lá é brilhante (oh, anjo) e a magia se sobrepõe à razão, nos dedos
plenos da 'erva' que estão na tua mão!". No exato instante em que foi
proferida esta prece psicodélica, surge ante ele 1 anjo MacDermot todo
feito da mais rarefeita fumaça cor de cinza clara, que diz: "Ok. Vamos
girar entre as flores vítreas do plástico jardim das árvores de aço!".
Então, este anjo o leva para um lisérgico lugar chamado Mundo do Incenso
Colorido. Neste paraíso artificial, ele passa a viver e a ser feliz: o
anjo de fumaça cuida de suas feridas com desvelo de médico amigo e ele
volta a andar. Logo, o cara acidentado deslumbra-se com as flores de
vidro, as árvores de aço, a grama plástica e o brilho purpurinado do
incenso furta-cor que paira por toda a atmosfera... visita a ermida
erguida em honra de Nossa Senhora da Psicodelia e conhece todos os cinco
níveis que compõem este jardim: o 1º (mais claro e espaçoso), o 2º
(onde há a ermida), o 3º (o mais exuberante de todos), o 4º (onde o
incenso é mais denso) e o 5º (onde fica o estranho Cemitério do Tempo).
Certo dia, porém, o anjo revela-lhe a história de sua vida contada
cronologicamente nos fatos que constituem a década de 60. E após
descobrir a verdadeira identidade desse anjo, o cara perde tudo o que
conseguira ganhar.